Estêvão Tomás

Nota Biográfica

Temos notícia da atividade deste pintor no mosteiro de S. Bento de Cástris, onde estava encarregado das pinturas para o retábulo, tarefa que não concretizou devido a sua morte em 1534. A responsável do mosteiro teve então necessidade de contratar outro pintor, sendo que Estêvão Tomás já pintara duas tábuas (uma Anunciação e o Nascimento de Jesus), tendo chegado até aos nossos dias a Anunciação (Museu de Évora, n.º de inv.º 1543, óleo sobre madeira de carvalho, medindo 1170 x 730 mm). Para Vítor Serrão, '(…) A presença de Tomás em Évora (ou a trabalhar para Évora) não deve constituir matéria de admiração, sabendo-se da constância com que os chamados 'mestres de Ferreirim' trabalharam para a capital alentejana na época de D. João III, desde Cristóvão de Figueiredo ao serviço do Cardeal-Infante D. Afonso, ou Gregório Lopes ao serviço do Cardeal D. Henrique (…). O facto de podermos saber, a partir de agora, de quem se trata Estêvão Tomás, é mais um dado valioso para o conhecimento do que foi essa nebulosa oficinal, onde trabalharam os grandes artistas da geração joanina, como os citados Cristóvão de Figueiredo, Garcia Fernandes e Gregório Lopes, e ainda Cristóvão de Utrech, André Gonçalves e Jorge Leal, um círculo de artistas onde se iniciou também o próprio Diogo de Contreiras. (…)'.

Palavras-chave:

Mosteiro de S. Bento de Cástris; António de Holanda; Retábulo-mor da Igreja de S. Bento de Cástris; Violante da Silveira; Mestres de Ferreirim.

Observações:

O iluminador António de Holanda assina também o documento, além de D. Violante da Silveira, deixando subentender que agia tanto como agente de D. Violante, como enquanto representante do falecido pintor.

Estudos

Serrão, Vitor; Conde, Antónia Fialho (2015). A encomenda de retábulo para o mosteiro de São Bento de Cástris em 1534: mecenas, artistas e agentes envolvidos. Artis - Revista de História da Arte e Ciências do Património. Lisboa: Ed. Caleidoscópio, 2ª série, nº 3, pp. 8-15.
Reis-Santos, Luís Alberto. (1950). Painéis de Mestres de Ferreirim para igrejas e conventos de Évora. A Cidade de Évora. Évora: Câmara Municipal de Évora, n.º 21-22, 1pp. 35-52.
Branco, Manuel Joaquim. (1988-93). A fundação da igreja do Bom Jesus de Valverde e o tríptico de Gregório Lopes. A Cidade de Évora. Évora: Câmara Municipal, n.ºs 71-76, pp. 39-71.

Fontes

Biblioteca Pública de Évora, Fundo dos Conventos Extintos - São Bento de Cástris, Lo 12 (num. moderna), doc. no 36. Descoberta e lição paleográfica de Antónia Fialho Conde. Publicado por Vítor Serrão e Antónia Fialho Conde. Documento trabalhado no âmbito do Projecto PRIM'Art.